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Quando eu soube da condenação do Lula

Trinta e um correligionários, fundadores do PT, ex e atuais companheiros de luta política contam onde estavam, no que pensaram quando souberam da notícia e o que imaginam ser o futuro do partido

Foi num domingo, 10 de fevereiro de 1980, quando foi assinado o manifesto que deu origem à fundação do Partido dos Trabalhadores. Intelectuais, operários, militantes de esquerda, integrantes de movimentos de base da Igreja Católica estavam reunidos no auditório do Colégio Sion, em São Paulo, onde ouviam em êxtase o discurso engajado, emocionante e inspirador de uma liderança inconteste: o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, Luiz Inácio Lula da Silva, que se apresentava como representante “da classe explorada pelo sistema capitalista”. A ideia de um partido castiço, livre do ranço da ditadura, dos conchavos da velha política, comprometido com a causa dos mais desassistidos, era a promessa – e a possibilidade real – de um novo futuro.

Nas três décadas seguintes, Lula se tornou uma figura política de proeminência internacional. E o PT acumulou 1,5 milhão de filiados, governou a nação por treze anos, esteve à frente de prefeituras e governos estaduais em todos os rincões do país, promoveu a maior distribuição de renda da história e também o maior escândalo de corrupção que se tem notícia no mundo.

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Trinta e sete anos separam aquela manhã de fevereiro de 1980 do dia 12 de julho de 2017, quando o juiz Sérgio Moro condenou Lula a quase dez anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. A acusação é de que ele foi presenteado pela empreiteira OAS com um tríplex no litoral de São Paulo em troca de favores na Petrobras.

A repercussão da condenação de Lula bateu forte em quem o conheceu de perto. Durante dez dias, 60 pessoas que conviveram com ele ou participaram da história do partido foram contatadas pela reportagem. Apenas 31 deram declarações sobre o caso.

Para ler a reportagem completa, clique aqui.

Reportagem: Bárbara Rocha e Kalinka Iaquinto

Edição: Andréia Lago

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