Tortura em expansão
Do eixo Rio-SP ao Pará, a ditadura militar levou ao extremo o submundo da repressão
Quatro. Zero. Nove. Zero. Essa sequência de números correspondia ao telefone de uma casa em Petrópolis, interior do Rio de Janeiro, e ficou guardada durante anos na memória da bancária Inês Etienne Romeu. Graças a ela, foi possível descobrir o endereço da Casa da Morte, o mais conhecido centro clandestino de tortura da ditadura militar. Foi nesse local que Inês, militante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), foi torturada e violentada durante 96 dias.
A partir de 1971, a Casa da Morte de Petrópolis vira quartel-general da tortura, e o modelo passa a ser replicado no Norte e Nordeste do Brasil.