Em busca de um novo significado para as passistas do Carnaval
Nova geração põe em xeque estereótipo da mulata do samba
Elas ganharam fama mundo afora com as “mulatas do Sargentelli”, com o corpo escultural e o samba no pé simbolizando a beleza do Carnaval brasileiro. Mas as jovens gerações de passistas das escolas de samba do Rio querem dar um novo significado ao trabalho que realizam no sambódromo e fora dele. E elas garantem: isso nada tem a ver com a passista Globeleza estar nua ou vestida em rede nacional. “A Globeleza vai estar vestida na TV, mas não vai estar naida e o cara vai continuar achando que a gente é um pedaço de carne, vai continuar oferecendo dinheiro”, diz Larissa Neves, 21, estudante de psicologia, passista do Salgueiro há dez anos.
Larissa integra o coletivo Samba Pretinha, criado em 2016 por quatro jovens negras que se propõem a debater o estereótipo da “mulata brasileira”, glamourizada no Carnaval e discriminada no restante do ano.